quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Carmina Burana - Carl Orff

Há muito sentia vontade de criar um blog de estudos e contemplações sobre as mais belas criações humanas, aquelas que fazem a gente, em deleite de sensações, arrepiar-se cada vez que as vemos ou escultamos (pelo menos é o que acontece comigo!).
Só não sabia por onde começar, diante de tantas opções. 
Um dia, surgiu a luz e já tinha a certeza: a magnífica composição Carmina Burana de Carl Orff.
Já devo ter ouvido a gravação em CD pelo menos umas 100 vezes. Em DVD, assisti outras tantas. Ao vivo, em uma das poucas oportunidades, pude, enfim, assistir a esse belíssimo espetáculo no Teatro Nacional de Brasília.
Infelizmente, temos pouquíssimas espetáculos desse nível onde moro... e, se pudesse, viajaria para vê-los, sempre que possível, nos locais programados para suas apresentações.
Quem sabe, algum dia, possa realizar este sonho!
Por enquanto, contento-me em assisti-los em DVD, ouvi-los no CD, ou no YouTube, em vídeos enviados por boas almas.
Mas vou ao que importa, no momento, em um breve histórico.

 
Carmina é o plural de Carmen, do latim vulgar que significa canções. Burana, local onde as letras de seus poemas foram encontrados, um velho mosteiro chamado Benediktbeuren na Alemanha. Tais poemas datam do século XIII, época em que o alemão e várias línguas ainda não estavam consolidadas. Assim, seus originais estavam escrito numa miscelânea de alemão arcaico, francês, grego e latim.
Data dessa época os cantos gregorianos, que exerceram forte influência nos escritos dos poemas, mas que, paradoxalmente, estes apresentam características de fuga de temas religiosos. As composições pautam-se em temas do cotidiano , onde a parábola presente era a da roda da fortuna, em que o azar e a sorte estavam profundamente afetos a condição de qualquer ser humano, ou animal, em todas as fases da vida. Me lembra os contos d'O Urupês, obra realista de Monteiro Lobato. 
Foi com base nesses escritos que Carl Orff*, em 1937, compôs a obra-prima Carmina Burana, com  coro forte e  marcação pulsante na percussão, talvez mais uma de suas características impressionantes. 
Em 1943 e 1952, a obra foi acrescida de duas cantatas  inspiradas nos poemas profanos, Catuli Carmina e Triofoni Dell'Afrodite, respectivamente. 
Carmina Burana é composta por vinte e cinco movimentos. 
 
 
 

(*) Carl Orff ((1895-07-10)July 10, 1895 – March 29, 1982(1982-03-29)) was a 20th-century German composer, best known for his cantata Carmina Burana (1937).


Orff is most known for Carmina Burana (1936), a "scenic cantata". It is the first of a trilogy that also includes Catulli Carmina and Trionfo di Afrodite.
Carmina Burana reflected his interest in medieval German poetry. Together the trilogy is called Trionfi, or "Triumphs". The composer described it as the celebration of the triumph of the human spirit through sexual and holistic balance.
The work was based on thirteenth-century poetry found in a manuscript dubbed the Codex latinus monacensis found in the Benedictine monastery of Benediktbeuern in 1803 and written by the Goliards; this collection is also known as Carmina Burana. While "modern" in some of his compositional techniques, Orff was able to capture the spirit of the medieval period in this trilogy, with infectious rhythms and simple harmonies.
The medieval poems, written in Latin and an early form of German, are often racy, but without descending into smut. "Fortuna Imperatrix Mundi", commonly known as "O Fortuna", from Carmina Burana is often used to denote primal forces, for example in the Oliver Stone The Doors.
The work's association with fascism also led Pier Paolo Pasolini to use the movement "Veris leta facies" to accompany the concluding scenes of torture and murder in his final film Saló, or the 120 Days of Sodom.
With the success of Carmina Burana, Orff disowned all of his previous works except for Catulli Carmina and the Entrata (an orchestration of "The Bells" by William Byrd (1539–1623)), which were rewritten until acceptable by Orff. Later on, however, many of these earlier works were released (some even with Orff's approval).
As an historical aside, Carmina Burana is probably the most famous piece of music composed and premiered in Nazi Germany. Carmina Burana was in fact so popular that Orff received a commission in Frankfurt to compose incidental music for A Midsummer Nights Dream, which was supposed to replace the banned music by Mendelssohn.
After the war, he claimed not to be satisfied with the music and reworked it into the final version that was first performed in 1964.